História da tatuagem
Há mais de 3500 anos atrás, a
tatuagem já existia como forma de expressão da personalidade ou de indivíduos
de uma mesma comunidade tribal (união de pessoas com as mesmas características
sociais e religiosas). Os primitivos se tatuavam para marcar os fatos da vida
biológica: nascimento, puberdade, reprodução e morte. Depois, para relatar os
fatos da vida social: virar guerreiro, sacerdote ou rei; casar-se, celebrar a
vida, identificar os prisioneiros, pedir proteção ao imponderável, garantir a
vida do espírito durante e depois do corpo.
Alguns fatos, objetos e
resquícios encontrados sugerem que a tatuagem é tão antiga quanto o surgimento
do homem. Como exemplo, as facas da Idade do Bronze são encontradas
freqüentemente junto com “agulhas” e em alguns casos, com furadores pequenos,
que podem ser comparados com agulhas de tatuagem.
SEGUINDO OS DADOS HISTÓRICOS TEMOS:
o 700 mil a.C. – sítios de
Neandertal – usavam pigmentos naturais para desenhar nos corpos dos mortos;
o 100 mil a.C. – Era Paleolítica –
homens adornavam o corpo com pó de ocre.
o 15 mil a.C. – Era Paleolítico
Superior – encontradas ferramentas pontiagudas e agulhas feitas de pedra e
chifres;
o 8 mil a.C. – Período Neolítico –
encontradas mulheres em tumbas com figuras desenhadas pelos corpos;
o JAPÃO e CHINA – 7 mil anos a.C. O Japão teve uma grande e incomum
tradição em tatuagem que acompanha toda sua cultura, e as tatuagens japonesas
clássicas são famosas mundialmente. Essas clássicas tatuagens são baseadas na
beleza e arte de 1800;
o ICEMAN – Um dos mais velhos, e
mais conhecido, Glacierman ou Ötzi tem muitos pseudônimos, homem encontrado em
1992 enterrado sob um iceberg nos Alpes Europeus (Itália/Áustria). Morreu
aproximadamente há 5000 anos – tatuagens confeccionadas por pontos e linhas
retas (tribais) por todo o corpo, no total de 57;
o PRIMITIVOS (Idade do Bronze e
Idade do Ferro) – 3500 anos atrás – marcas da vida biológica e marcas da vida
social – deduzido por desenhos em rochas e utensílios de tatuar encontrados em
escavações;
o ESQUIMÓS – 2500 anos atrás –
corpos encontrados em 1948 nas sepulturas na Sibéria do Sul;
A maior quantidade de antigas
tatuagens de que se tem notícia são as dos Esquimós. Encontrados nas sepulturas
na Sibéria do sul na região de Pazyryk. O primeiro foi encontrado em 1948. Era
o corpo de um chefe (pois havia riquezas com ele na sepultura). Morreu
aproximadamente 2500 anos e o corpo foi muito bem preservado, porque foi
totalmente coberto pelo gelo (como o Iceman).
o CELTA – a tatuagem toma nova feição, com figuras mais
elaboradas, contendo em seus padrões, influência esquimó;
o EGÍPCIOS – 4 a 2 mil anos a.C – marcavam prisioneiros. A
segunda múmia tatuada mais antiga do mundo é uma egípcia – símbolo de
fertilidade na barriga, desenho espiral.
o ÍNDIOS NORTE AMERICANOS – tatuagem das tribos Sioux
ligadas a práticas religiosas e mágicas.
Índios Norte Americanos também
eram tatuados. Seu uso de pintura de guerra é bem conhecido. Na maioria das
vezes era apenas tinta, mas o termo também aborda algumas tatuagens. É um fato
conhecido de que eles eram muito tatuados. Porém, não há muitas provas
fotográficas a respeito.
o MAIAS, INCANS E ASTECAS – usam tatuagem para indicar
posição social.
o VIKINGS (dinamarqueses, normandos
e saxões) – usam como marcas de guerras – foram perseguidos durante a Idade
Média (Inquisição).
o POVOS DAS ILHAS DO PACÍFICO SUL – Polinésia, Filipinas, Indonésia
e Nova Zelândia (Maori) – Na Polinésia tatuagem é uma questão de postura
social.
o PRIMEIROS CRISTÃOS – se reconheciam por sinais tatuados
– cruzes, IHS, peixes e letras gregas.
Na era Cristã, na
clandestinidade, sob o jugo do poder pagão, os primeiros cristãos se
reconheciam por uma série de sinais tatuados.
o TRIBO TUPINAMBÁ – Litoral de São Paulo até o Ceará – canibais, tatuagem
fazia parte dos rituais antropofágicos e de passagem de idade – primeiros
índios encontrados pelos colonizadores portugueses.
o TRIBO KADIWÉU – Pantanal brasileiro, Paraguai e Bolívia (Rio
Paraguai) – tatuagens ornamentais e mais bonitas do Brasil.
o TRIBO CARAJÁ – Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo,
entre os estados de Tocantins e Mato Grosso – tatuagens circulares no rosto.
o Existe uma hipótese de que as
tatuagens tiveram sua origem com marcas de cicatrizes adquiridas em guerras,
lutas corporais e caças. Essas cicatrizes eram motivo de orgulho e reconhecimento
ao homem que as possuísse, pois representavam força e vitória.
o A partir da idéia de que essas
marcas eram sinônimo de vitalidade, o homem passou a marcar-se voluntariamente
e com o tempo as cicatrizes sem sentido deram lugar a criação de desenhos.
MODERNA:
Na era moderna, a tatuagem passou
por vários anos de marginalidade. Ela retorna a ser questão de relevância em
nossa sociedade quando surge em artistas de música, cinema, e em pessoas
comuns.
A tatuagem foi introduzida no
Ocidente no século XVIII, com as explorações que colocaram os europeus em
contato com as culturas do Pacífico. Nessa época não existiam tatuadores
profissionais, mas alguns amadores já estariam a bordo dos navios e em grandes
portos. Na segunda metade do século XIX, as tatuagens viraram moda entre a
realeza européia.
No final do século XIX, a febre
da tatuagem espalhou-se na Inglaterra como em nenhum outro país da Europa.
Graças à prática dos marinheiros ingleses em tatuarem-se. Vários segmentos da
sociedade inglesa se tornaram adeptos da arte. Mas mesmo com a realeza tendo
sido tatuada, a maioria das pessoas insistia em associar o ato de tatuar com
uma propensão à criminalidade e marginalidade.
o Século XVIII – introduzidas no Ocidente pelas explorações
européias – 1700 capitão inglês James CooK;
o Metade do século XIX – viraram
moda entre a realeza européia;
o Fim do século XIX – virou febre na Inglaterra graças aos marinheiros
ingleses – a partir desta época o ato de tatuar estava diretamente ligado à
criminalidade, marginalidade e até homossexualismo;
o A partir de 1920 a tatuagem começou a ficar mais comercial na
América e Europa. Nesta época a tatuagem era vinculada a atrações de circo.
TATUAGEM MODERNA NO BRASIL – A tatuagem elétrica chegou ao
Brasil em junho de 1959, através do dinamarquês “Knud Harld Likke Gregersen”,
que ficou conhecido como “Lucky Tattoo”. Knud dizia que suas tatuagens davam
sorte, e em menos de seis meses, Lucky já era notícia de TV.
A grande popularização da
tatuagem nas Américas começou nos anos 70, quando a Califórnia foi o berço dos
desenhos que reproduziram imagens de Marilyn Monroe, James Dean e Jimmy
Hendrix. Nessa mesma época, os surfistas lançaram a moda de braços decorados
com dragões e serpentes. Na década de 80, foi à vez dos
tigres e das águias. Desde então, a tatuagem teve um aumento da
popularidade.
O NOME É ORIGINAL DO TAHITI, costumavam chamá-la de “TATAU”
– pois a palavra se assemelha ao som da técnica da Polinésia;
A origem da tatuagem ainda é um
quebra-cabeça para ciência. Já foram encontradas evidências de que os antigos
egípcios conheciam a técnica há 4 mil anos a.C. A teoria melhor aceita é que do
Egito, a tatuagem teria se espalhado pela Grécia, Pérsia e Arábia e depois para
a Índia, China e Japão.
Para explicar a origem da
tatuagem na América, existem três teorias que se confundem com as polêmicas
entre cientistas sobre o povoamento da América. Poderia ter chegado através das
migrações pelo Sibéria e Alasca ou através da navegação no Oceano Pacífico. Uma
terceira hipótese aponta que a tatuagem se desenvolveu espontaneamente entre os
povos americanos e até poderia ter chegado à Polinésia e à Nova Zelândia,
através do Pacífico, pela mesma rota da expedição Kon-Tiki, que com um barco
primitivo saiu da costa do Peru e foi até as ilhas dos mares do sul. A
comparação entre os códigos genéticos de células de índios brasileiros e povos
da Ásia constatou semelhanças entre os DNAs, o que pode comprovar a
descendência asiática dos indígenas e explicar as coincidências entre as
culturas.
PORQUE SE TATUAR?
As motivações são inúmeras, e não
há uma forma definida ou percurso que explique o desejo e sua efetivação na
realização da tatuagem, um evento a princípio, antinatural (biologicamente). O
contexto, o ambiente, a época, o nível cultural, as influências, modismos,
ideologias, crença e espírito despojado são alguns dos níveis que podem dar
vazão ao processo. Nenhuma teoria psicológica, psicanalítica, religiosa,
antropológica ou médica apresenta uma explicação exclusiva e final para a
tatuagem. Considera-se um movimento complexo sobredeterminado, desde sua origem
histórica até o contínuo uso na contemporaneidade.
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